sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Universo multirreferencial X Falta de tempo.

Por Bruna Franco, estudante de Relações Públicas da UFG

Há um bombardeio de informações vindo de todos os lados, desde a internet, até àquele senhor que fica gritando sobre o fim dos tempos na esquina da sua casa: tudo o que vivemos, falamos, ouvimos e sentimos é informação.

Muitas vezes não conseguimos lidar com essa quantidade sem-fim de coisas acontecendo simultaneamente conosco e passamos a nos questionar: O que é realidade? Até onde vai nosso imaginário? Estas questões são abordadas no filme Quem Somos Nós?, em que cientistas fazem uma tentativa de respondê-las.

O filme aborda questões como Quem é Deus?, O que os pensamentos podem fazer na nossa vida? entre outras, porém o foco do texto é: realidade X imaginário e como nos relacionamos com os excessos de informação existentes num curto período de tempo disponível.

Tempos atrás, acreditava-se que quanto mais informação melhor. Porém hoje sabemos que, principalmente na publicidade, menos é mais, o que quer dizer que um comercial criativo, que chame a atenção do público tenha mais chance de ser lembrado do que um comercial cheio de textos, sem nenhum atrativo adicional. As pessoas substituíram a leitura do jornal durante o café-da-manhã pela leitura diária via internet, seja no computador ou no celular, enquanto se está parado no trânsito ou durante o almoço, para que haja aproveitamento de tempo.

Muitas vezes fazemos uma leitura dinâmica, não prestando atenção aos detalhes. As vezes, não se dá a devida importância ao tema tratado por conta da pressa, tanto para resolver algo pendente quanto para poder dar continuidade à infinidade de matérias.

Só fixamos imagens e informações que sejam do nosso interesse e para isso, é preciso que a mensagem seja bem processada e tenha um artifício de fixação. Por exemplo o Marketing Sensorial, Marketing Experimental - ambos citados no post ♫ Quero ver pipoca pular ♫ Pipoca com Guaraná ♫, do Mateus.

Vivemos num mundo multirreferencial, ou seja, há abordagens sobre diversos assuntos, comportamentos e ações que estão interligadas, além disso temos rápido acesso a milhares de informações ao mesmo tempo. Porém, é preciso observar se essa multirreferencialidade é benéfica ou prejudicial no processo comunicacional. Dependendo da forma com que esteja sendo utilizada, faz confundir mais ainda algumas cabeças ocupadas, não surtindo o efeito desejado por aqueles que querem informar, comunicar, publicar, ensinar, enfim... nós comunicadores.

E para vermos o que o excesso de informações pode causar, nada melhor que exemplificar com um caso acontecido com a nossa colaboradora Belle, que havia me falado que tinha visto o mesmo tema sendo tratado na revista Eu, Mídia (nº 2 setembro de 2009), e quando eu lhe pedi que escaneasse a matéria, ela já não se lembrava mais o que realmente se tratava, e cheguei a conclusão que ela é um ser multirreferencial.

Logo que acabei de fazer este texto, me deparei com o novo comercial da Toyota para divulgar os novos motores híbridos da marca. Mostrando como ser dois, e assim, economizar tempo. Só para ilustrar a matéria.


3 comentários:

A Bordo da Comunicação 14 de novembro de 2009 às 11:54  

Na quinta-feira eu fui em uma palestra da Beth Saad e ela falou sobre tempo, como administrá-lo principalmente da internet. Ela disse que podemos fazer muitas coisas e lermos, mas precisamos sempre controlar o tempo e principalmente fazermos um 'arquivo' de tudo que lemos e achamos interessante, pois 'amanhã' a informação pode se apagar da nossa memória, devido, o que é chamado aqui de multirreferencialidade.

O caso da revista que você citou (aiai - tenho alzeimer precoce.. hehe) é realmente um bom exemplo, conversamos, eu lembrei do artigo, sobre o que ele abordava, discutimos sobre o assunto, quando cheguei em casa lembrei que tinha que scanear para vc, mas lembrava somente da revista, mas não do assunto. Nem eu acreditei.

Claro, está tudo muito bem exemplificado no vídeo da Toytota. Infelizmente temos que nso adaptar, pois as informações tentem a serem mais e maiores.

Abraços,
Belle

Teteu 15 de novembro de 2009 às 16:26  

Tempos atrás, acreditava-se que quanto mais informação melhor e hoje o que vale é tem um bom filtro.

Concordo plenamente com o que a professora Beth Saad falou na palestra. Inclusive eu faço isso, todo post ou texto que encontro na internet e servirá como fonte de pesquisa eu guardo. Um dia ainda publicarei todos os links :)

Muito bom o comercial da Toyota, a vida seria muito mais fácil assim.

Obrigado pela citação no texto Bruna.

bruh f. 15 de novembro de 2009 às 19:38  

Dias atrás havia escrito no meu twitter, que seria muito feliz se conseguisse ler todos os textos e matérias que saem pelos sites e blogs que costumo olhar. Mas é muito dificil, toda hora sai algo novo, alguém cita outra pessoa e por aí vai.
Logo depois, assisti a uma palestra sobre multirreferencialidade, do professor Ricardo Tescarolo, da PUC-PR, que falava justamente sobre isso.

Não seria ruim sermos dois ao mesmo tempo, como no comercial.

Abraços,
Bruna Franco.

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